terça-feira, 11 de outubro de 2011

PRENÚNCIO DE UM NOVO GOLPE

Por @LuizMousinho




No dia 08/10 foi publicado em jornais de grande circulação um Edital de Convocação para reunião ordinária do Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras, o qual reproduzo aqui abaixo.



Vejam que a convocação é para uma reunião ordinária, mas conforme o Estatuto Social, para deliberar sobre alteração estatutária, seria necessário uma reunião extraordinária. Portanto, esta reunião não poderá deliberar a aprovação de nenhuma solicitação de reforma estatutária.

Neste edital, chama ainda atenção o ponto f da ordem do dia:

f) Deliberar sobre sugestão recebida da comissão de estudos de reformas estatutárias dos seguintes projetos:

1º) Eleição de diretoria executiva através de pleito envolvendo a assembléia de sócios;

2º) Criação do comitê gestor para o futebol;

3º) Estudo da reforma do estatuto já concluído pela comissão, visto que há evidentes conflitos entre os dispositivos abordados, razão pela qual os três projetos devem ser apreciados de forma concomitante, acarretando uma reforma quase total do estatuto

Vamos então analisar profundamente este ponto f:


Observa-se que o edital inclui na ordem do dia que a deliberação proposta não é em relação aos projetos, mas “deliberar sobre sugestão recebida da comissão de estudos de reformas estatutárias dos seguintes projetos.”

Percebe-se aqui que não serão deliberados os projetos, mas uma sugestão de uma tal comissão de estudos de reforma estatutária. E aqui começam os problemas. O que é esta tal comissão? Amigos, inicia-se aqui mais uma sórdida manobra do Sr. José Ângelo Vergamini.

Não existe no Conselho Deliberativo nenhuma comissão formal, eleita pelos atuais membros do CD especificamente para este fim. Na verdade, na gestão do Prof. Belluzzo, foi criada uma comissão de reforma estatutária de forma democrática com alguns membros indicados pela diretoria, outras pelo CD e outros pelo COF. Mas isto foi em outro mandato, com uma outra configuração do Conselho, e que acabou não conseguindo finalizar o projeto. Pior do que isso: vários membros desta comissão pediram afastamento e aí todos foram repostos por indicação sabe-se lá de quem. Nunca discutiram isto nas reuniões do CD, não se sabe quem indicou os novos membros e nem oficialmente foram divulgados quem são estes membros. Agora estão usando esta comissão como manobra para não ser votada a verdadeira proposta de eleição direta que foi protocolada em março por 81 conselheiros.

E quais são os três projetos, e qual é a sugestão da tal comissão? Não se sabe exatamente, pois o edital não anexa os projetos, nem explica qual a sugestão. Mas, conhecendo o modus-operandi da turma que domina hoje a administração do clube, podemos supor algumas coisas:

O primeiro projeto, pleito envolvendo a assembléia de sócios, imagina-se que é o pleito dos 81 conselheiros, a verdadeira reforma que pede a eleição direta, a sugestão protocolada no clube de forma válida pelo estatuto e que é autônoma, ou seja, se o Sr. José Ângelo Vergamini cumprisse suas obrigações de presidente do CD, deveria ser avaliada em separado pelo Conselho e jamais concomitantemente com outras propostas como sugere o edital.

O segundo projeto, criação do comitê gestor para o futebol, embora ninguém tenha visto esta proposta, seria um comitê vitalício e definitivo que controlaria o futebol do clube. Assim, mesmo passando a reforma das eleições diretas, os sócios elegeriam o presidente do clube, mas o futebol continuaria a ser controlado pelos mesmos grupos, de mentalidade tacanha, que são contra a renovação e a democracia.

E surge ainda um terceiro projeto, estudo da reforma do estatuto já concluído pela comissão, visto que há evidentes conflitos entre os dispositivos abordados, razão pela qual os três projetos devem ser apreciados de forma concomitante, acarretando uma reforma quase total do estatuto. Meu Deus! O que será isto? Um novo projeto, feito por uma comissão sem representatividade, que mal sabemos quem seja e que teria conflitos com os projetos anteriores. De novo, imagina-se que é mais uma forma de criar um projeto alternativo de diretas, provavelmente de uma forma menos democrática e menos renovadora que a proposta assinada por 81 conselheiros.

E a sugestão? Lembrem-se que não vamos deliberar a proposta, mas sim a sugestão. Pelo que foi visto no último parágrafo, na descrição do tal 3º. projeto do edital, os três projetos teriam “evidentes conflitos” e “deveriam ser apreciados de forma concomitante”. Assim, fica claro que a sugestão vai ser eliminar a eleição direta da forma como proposta pelos 81 conselheiros e consolidar uma alteração estatutária diferente daquela proposta anteriormente, da forma como os atuais mandatários acham que deva ser, certamente sem democracia e possibilidade de renovação. E mais do que isso, enterrando definitivamente a proposta real de eleição direta. Votada e aprovada a sugestão de união das 3 propostas, da forma como teria sido estabelecido pela tal comissão, ficaria uma proposta única de reforma estatutária, incluindo o comitê gestor, uma diretas “diferente” e sabe-se lá o que mais, e que faltaria apenas a convocação de uma nova reunião, esta sim extraordinária, para aprovação final.

Assim, conclui-se que é mais uma manobra do grupo que levou o Palmeiras à segunda divisão para evitar a democracia e a renovação no clube. Até quando estas pessoas vão ficar trabalhando contra a modernidade no Palmeiras? Até quando nós, conselheiros, sócios e torcedores vamos aceitar isso? Precisamos nos mobilizar, divulgar o modo de ação da Turma da Série B, fazer manifestações, sempre sem violência, mas mostrando que o palmeirense não aceita mais esta forma antidemocrática e ultrapassada de administrar, bloqueando o modernismo em nossa querida Sociedade Esportiva Palmeiras.

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