sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Junqueira...

José Junqueira de Oliveira, um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, completaria 100 anos de idade nesta sexta-feira (26). Morto em 1985, ele é considerado o primeiro grande zagueiro do clube e passou toda a sua carreira no Verdão, disputando um total de 326 partidas.


A admiração pelo craque é tanta que Junqueira foi o primeiro ex-jogador a ser homenageado com uma das maiores honrarias do Palmeiras: um busto em bronze colocado dentro do clube. Depois, Ademir da Guia e Waldemar Fiúme também receberam tal reconhecimento.

Nascido em Vargem Grande do Sul (SP) em 26 de fevereiro de 1910, Junqueira chegou ao Palestra Itália em 1929, aos 19 anos, passando a integrar o segundo quadro da equipe e se tornando campeão logo na sua primeira temporada. No ano seguinte, conquistou o bicampeonato e, no dia 23 de agosto de 1930, estreou no time principal em um amistoso contra o Comercial, de Ribeirão Preto.

Em 1932, o futebol estava em profunda transformação, com o fim do amadorismo, implantação do profissionalismo, extinção e surgimento de novos clubes e êxodo de craques para a Europa. Ao mesmo tempo, o Estado de São Paulo entrava em luta armada contra o governo federal na Revolução Constitucionalista.

No Palestra, uma grande renovação ocorria na direção e no elenco. Bianco e Heitor haviam abandonado os gramados. É neste cenário que Junqueira assumiu o posto de capitão e liderou a nova geração na conquista do tri-campeonato paulista, 1932/33/34, com goleadas históricas como os 8 a 0 sobre o Corinthians.

Em 1940, já aos 30 anos e tendo conquistado mais dois estaduais (o de 1936 e o extra de 1938), Junqueira foi convocado pela primeira vez para seleção brasileira, na disputa da Copa Roca.

O zagueiro estreou na decisão contra a Argentina, em partida disputada no Palestra Itália que terminou empatada em 1 a 1 no tempo normal e 1 a 1 novamente na prorrogação. Em abril daquele ano, participou também da inauguração do Pacaembu com uma vitória sobre o Corinthians, que rendeu a conquista da Taça Cidade de São Paulo, e ajudou o Palestra a conquistar o Campeonato Paulista com goleada de 4 a 1 sobre o São Paulo no jogo decisivo.

Dois anos depois, em 1942, viveu todo o drama da transformação do Palestra Itália em Palestra de São Paulo e depois em Palmeiras. Em 20 de setembro daquele ano, liderou junto com Oberdan a entrada da equipe com a bandeira brasileira no Pacaembu para a disputa da decisão do Paulista contra o São Paulo. Era a Arrancada Heroica.

"Alguns diretores do São Paulo fizeram muita pressão contra nós, chegando a jogar foguetes contra o clube.Decidimos nos vingar naquela partida", afirmara o ídolo. O resultado é conhecido: 3 a 1 para o Palmeiras e a consequente conquista de mais um Campeonato Paulista.

Após mais alguns títulos, Junqueira se despediu dos gramados no dia 30 de dezembro de 1945, com um empate por 3 a 3 com o Corinthians, mas continuou vivendo o Palestra, ocupando, inclusive, a função de técnico da equipe.

Junqueira viveu intensamente a história do Palestra Itália e do Palmeiras. Começou no amadorismo e viveu com sucesso a transição e a implantação do profissionalismo. Esteve presente no tricampeonato do clube, na maior goleada da história sobre o Corinthians (8 a 0, em 1933), superou uma revolução de 32 e viveu o drama da segunda guerra mundial, tendo o Palestra e Palmeiras no centro das polêmicas locais.

Sempre como capitão, foi campeão estadual por oito vezes. Pela dedicação e pelo caráter, pouco após parar, ainda no final dos anos 40, uma comissão foi formada especialmente para formatar uma homenagem eterna ao ídolo, que teve como resultado final a produção de um busto em bronze, o primeiro a ser instalado nos jardins do Palestra. Junqueira morreu aos 75 anos de causas naturais.

Títulos

Torneio Rio-São Paulo de 1933

Taça de Campeões Rio-São Paulo de 1934 e 1942

Campeonato Paulista de 1932, 1933, 1934, 1936, 1938 (extra), 1940, 1942 e 1944

Taça Estadual de Campeões de 1932

Taça Cidade de São Paulo 1945

Campeão pelo 2º Quadro em 1929, 1930 e 1931

Torneio Início de 1930, 1935, 1939 e 1942

Números gerais: 326 jogos, 201 vitórias, 73 empates e 52 derrotas. Nenhum gol marcado.

Fonte: Departamento de Acervo Histórico e Memória da S. E. Palmeiras

Um comentário:

Anônimo disse...

Na boa.
O texto sobre Junqueira é comovente
foi mais que um lider, foi um idolo enfim toda a homenagem é justissima
Por acaso querem que eu faça o texto para a história sobre o Marcos? KKKKKKKKK.
Estou pronto
Nilton Pasqual
O CORNETA