domingo, 14 de fevereiro de 2010

"O Guardião" - Fabio Crippa - o predestinado

Quando começou a jogar, nem goleiro Fábio Crippa pensava ser. Atuava na várzea e nas ruas da Barra Funda, em São Paulo, onde nasceu em 18 de abril de 1928, como zagueiro, e nessa posição conseguiu uma vaga no São Paulo, aos 17 anos. Como nunca passou de um mero reserva, em 1946, foi tentar a sorte no Nacional, que fazia uma peneira. Quando disseram que as vagas para “beques” já estavam preenchidas, ele, sem saber o motivo, disse que era goleiro. Foi aprovado e ganhou a posição em um amistoso, quando fechou o gol.


Em 1951, foi contratado pelo Palmeiras para ser o segundo reserva. O titular era o incontestável Oberdan Cattani. Mas durante a disputa da Copa Rio, naquele mesmo ano, Oberdan teve uma atuação contestada na partida contra a Juventus de Turim, na qual o Palmeiras perdeu por 4 a 1 e ele falhou em dois gols. A diretoria exigiu que o técnico Ventura Cambón fizesse mudanças e ele atendeu.

Inocêncio assumiria a vaga de Oberdan na semifinal contra o Vasco, porém ele passou mal e Fábio acabou entrando no primeiro jogo, realizado no Maracanã. Vitória paulista por 2 a 1, com grande atuação do então desconhecido. No jogo da volta, 0 a 0, com Fábio fechando gol. O Palmeiras decidiu o título com a Juventus, também dois jogos. Venceu o primeiro por 1 a 0 e empatou o segundo por 2 a 2 e conquistou o título, que serviu como “vingança” para a derrota da Seleção Brasileira no ano anterior e que até hoje a diretoria palmeirense busca reconhecimento junto à Fifa para que seja considerado equivalente ao Mundial Interclubes.

Fábio jogou 81 vezes pelo Palmeiras, até 1956, quando deixou o clube. Após pendurar as luvas, criou uma forte amizade justamente com Oberdan Cattani e desde então costumam ser vistos juntos nas dependências do Palestra Itália, falando sobre futebol e relembrando os bons tempos.

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